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O 7º Workshop da Agenda Executiva em Saúde, realizado em São Paulo na última sexta-feira (12), promoveu discussões importantes sobre os rumos do setor até 2030. Com o apoio do Sindihospa e do SindiHosp, e com o patrocínio da RMMG Advogados, líderes executivos dos principais hospitais se reuniram para debater soluções para o futuro da saúde no Brasil.
O CEO do Hcor, Fernando Torelly, abriu o debate destacando a evolução do setor nas últimas décadas, que equiparou a expectativa de vida dos brasileiros à dos países de primeiro mundo, de 75 anos em média. No entanto, ressaltou um desafio: o investimento per capita em saúde no Brasil é inferior ao de países desenvolvidos para enfrentar os mesmos desafios. "Investimos US$ 1.500 dólares per capita ao ano, enquanto os Estados Unidos dispõem de US$ 10 mil e a Europa, US$ 7 mil", revelou Torelly, destacando a necessidade de repensar o modelo de cuidado para garantir eficiência e sustentabilidade financeira.
Também no campo financeiro foram debatidas as sequelas da pandemia, que ainda atingem o caixa dos hospitais, além dos problemas com desperdício e fraudes. Só no setor privado, os desperdícios consomem R$ 30 bilhões de reais por ano, estimou Jefferson Antunes, da Share Hub. Um cenário que impacta, sobretudo, a área de suprimentos, que enfrenta ainda a ameaça de escassez e aumento nos custos com o crescimento dos conflitos e guerras pelo mundo, como sinalizou Rogério Caiuby, do Movimento Brasil Competitivo.
No campo da inovação, a inteligência artificial foi o destaque. “Nos Estados Unidos, por exemplo, já se discute sobre a regulação da inteligência artificial”, lembrou Caiuby. Já Torelly acrescentou que, embora o médico competente e a enfermeira carinhosa jamais serão substituídos, é inegável que a IA revolucionará o setor de saúde e a vida das pessoas. “Aqueles que incorporarem essa tecnologia terão uma vantagem competitiva significativa”, disse.
Para o advogado Felipe Dias Ribeiro, do RMMG, as discussões realizadas durante o workshop revelam desafios significativos para o setor jurídico das empresas de saúde. Entre eles, estão a necessidade de aprimorar a fiscalização dos processos, regular o uso da tecnologia e gerir as relações de trabalho de forma eficiente. “Serão mudanças tão relevantes quanto às transformações ocorridas após a pandemia, evidenciando a importância de um olhar jurídico aprofundado e proativo das empresas do setor”, afirma.
O workshop ainda traçou outros cenários desafiadores, como a colaboração entre os setores público e privado, a integração das redes de atenção à saúde e a necessidade do fortalecimento da governança e da cultura organizacional como diferenciais competitivos.
O Rio Grande do Sul receberá edições do Workshop Novos Caminhos para a Saúde no dia 10 de maio, na Serra Gaúcha, e no dia 19 de setembro, em Porto Alegre.
Felipe Dias Ribeiro representou o RMMG Advogados no evento. Na foto, ele está ao lado de Fernando Torelly, CEO do Hcor e idealizador da Agenda Executiva em Saúde.